Se a Grande Comissão foi uma tarefa dada à Igreja, qual é o papel das agências missionárias? Essa é uma dúvida frequente e mais comum do que se possa imaginar. Para pensar nessa questão eu acrescentaria ainda mais um elemento a esse processo: os vocacionados. Assim, juntos – Igreja, agências e missionários – formam o que eu custumo chamar de tripé moderno de missões. E parceria é a palavra chave desse contexto.

A responsabilidade do envio de missionários para pregar ao mundo ainda sem Cristo é, sem dúvida, da Igreja. Muita coisa mudou no mundo contemporâneo de missões, mas ainda hoje prevalece uma verdade imutável, bem descrita por John Piper, “temos diante de nós três alternativas: ou investimos em missões como ‘enviadores’, ou investimos em missões como ‘enviados’ ou desobedecemos”. A preocupação e o envolvimento com a evangelização dos povos faz parte natureza kerigmática da igreja. Proclamar o Evangelho de Cristo não é uma alternativa. Ser uma igreja missionária não pode ser considerado uma característica, um simples adjetivo. É a essência da igreja.

No entanto, ao longo dos séculos, a estratégia de divulgação do Evangelho tem se transformado e se adaptado ao compasso dos tempos. A história moderna de missões revela o surgimento de dezenas de estratégias que vão de projetos sócioculturais à negócios em missões, utilização dos lares e estruturas comunitárias e até o uso da mídia para o alcance de povos que vivem em países fechados ao Evangelho e todos passam pela busca de apoio nas estruturas seja de igrejas (modalidade) e ou missões (sodalidade).

Nesse contexto de construção de parcerias é fundamental entender e definir a função de cada um dos agentes que compõem o tripé moderno de missões: missionário, igreja e agência missionária. Um dos modelos adotados no Brasil é o da Associação Missionária para Difusão do Evangelho. Há 20 anos a missão Amide trabalha com projetos entre Povos Não Alcançados (PNAs) sempre em parceria com igrejas. “Cada cinco igrejas adota um Filho Povo por um breve espaço de tempo: só até Jesus voltar”, conta a missionária Ana Maria Costa, presidente Amide, ao enfatizar que aderir a um Projeto entre um PNA é de fato como adotar um filho: é preciso compromisso até que esse filho cresça e se torne independente. E mesmo quando o povo se converte e começa a dar frutos, os laços de responsabilidade e compromisso em oração permanecem.

Na prática, o modelo de parcerias adotado pela Amide permite que igrejas de grande e pequeno porte se unam em um pool de investimentos para a difusão do Evangelho. Primeiro é feito um projeto que levanta as necessidades do povo de forma integral. Normalmente os projetos preveem três eixos de atuação: a convivência do missionário com o povo para a pregação do Evangelho, um projeto social conforme a necessidade da região (saúde, edução, recursos hídricos ou desenvolvimento comunitário) e geralmente, a tradução da Bíblia para a língua do povo.

Além de servir as igrejas no envio missionário, a Amide prepara os vocacionados para os campos. O Centro de Estudos Avançados em Missões (Ceam) tem cursos de gradução (seminário com ênfase em Missiologia e Ministério Pastoral), mestrado, pós-graduação com residência em campo transcultural e um curso de Missões em EaD. Mais informações pelo site www.amide.org.br ou ligando na base (61) 3298-6700

 

Por Hosana Seiffert
Jornalista, mestre em Missiologia, missionária da missão Amide, professora universitária.

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