“Diga-me, quem é Jesus? Quem é Ele para você? Jesus é Deus?” Foi com essas perguntas que um sudanês, da etnia Fur, abordou meu colega de equipe, num fim de tarde, semanas atrás. Ele queria saber quem é o Messias. Enquanto tentava ajudar a responder, outras perguntas iam sendo apresentadas. O sudanês parecia ansioso para desvendar conteúdo bíblico, que ele totalmente desconhecia. Meu colega, sabiamente destacou: “O assunto é extenso e deve ser compreendido ao longo de uma jornada. Se você quiser entender mesmo a mensagem, é preciso voltar ao princípio das coisas. Se desejar, podemos estudar as Escrituras juntos, na busca de respostas para as suas perguntas.” O nosso amigo sudanês queria respostas rápidas e insistiu fazendo mais perguntas. O desconhecimento do evangelho era latente. Por vezes, confundia os personagens e fazia menção de histórias bíblicas que ele conhecia de forma fragmentada, provavelmente tendo o Alcorão como referência.
Eles não ainda não sabem
O que mais me surpreendeu naquela conversa foi o pleno desconhecimento das informações mais básicas da mensagem do evangelho. Aos quase cinquenta anos, o que aquele homem sabia sobre a vida de Jesus era menos do que o conhecimento que o meu primogênito dominava aos três anos de idade.
Ao preparar resposta para uma de suas perguntas, fiquei pensando: lá se vão dois mil anos de história do cristianismo. Como pode o conhecimento do evangelho ainda não ter chegado a alguns povos? A interação com pessoas que nunca ouviram o evangelho de forma compreensiva ainda me surpreende e me deixa envergonhado. É plausível não nos sentirmos assim diante das palavras do apóstolo Paulo aos irmãos de Corinto? “Pois alguns ainda não têm o conhecimento do evangelho e digo para vergonha vossa” (1 Coríntios 15.34).
Eles precisam saber!
Para que eles saibam
O fato é que o acesso ao evangelho em algumas partes do mundo é tão abundante, enquanto em outras é tão escasso. Como discípulos, devemos seguir o exemplo do Mestre na distribuição dos pães e peixes, no milagre da multiplicação. As Escrituras ensinam que Jesus repartiu o alimento de modo que todos comeram (João 6.11). Da mesma forma, é necessário que sejamos mais justos no partilhar do evangelho com as nações. Então, finalmente, alguns povos não alcançados serão visitados pelo sol nascente das alturas que veio ao mundo “para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os seus pés pelo caminho da paz” (Lucas 1.79).
Por Jairo de Oliveira
Jairo de Oliveira é missionário da PMI (Povos Muçulmanos Internacional) e da World Witness. Serve no Oriente Médio e é autor de vários livros, dentre eles: “Vida, ministério e desafios no campo missionário”. Para adquiri a obra completa ou saber mais sobre o livro Clique aqui
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