A magnitude dos humildes começos

A árvore mais alta do mundo é uma sequoia de 115 metros de altura e quase 5 metros de diâmetro, localizada em um Parque Natural, na Califórnia, Estados Unidos. Estima-se que tenha cerca de 600 anos e é interessante considerar que nasceu de uma semente. Como espécie do reino vegetal, a sequoia se desenvolve a partir da germinação de sementes de 4 a 6 milímetros.

À primeira vista, poderia conjecturar que pelas características de sua espécie vegetal, seria uma pequena árvore, sem muitos atrativos pois não produz frutos. No entanto, de uma semente minúscula se desenvolve uma gigante. É um início bastante modesto!!

Outrossim, a vida humana inicia de modo frágil. Um bebê é indefeso e completamente dependente, mas sobre ele estão depositados todo o prazer e a esperança de seus pais. O ser tão pequeno que precisa ser cuidado, alimentado, educado por outrem, tornar-se-á um adulto com inúmeras potencialidades e possibilidades de realização na sociedade.

Dessas duas exemplificações, podemos considerar alguns aspectos da igreja de Deus e sua expansão entre os povos. Quando Deus chamou Abraão prometeu que sua descendência seria como as estrelas do céu – incontáveis – e por ela, abençoaria todas as famílias da terra (Gn 12.3). Assim como a vida nos reinos vegetal e humano, o reino de Deus teve um humilde começo. 

A descendência de Abraão se multiplicou, foi cativa no Egito mas foi libertada no êxodo. O Senhor a conduziu à terra prometida, Canaã, e lá foi construído o templo para que os povos pudessem adorar ao verdadeiro Deus. A desobediência e incredulidade levou a nação de Israel ao cativeiro e, aparentemente, a promessa de ser benção para as nações parecia fracassar. Entretanto, Israel foi restaurado e em Jesus, o messias, se manifestou a glória de Deus.

Em cumprimento às sagradas escrituras, Jesus nasceu, anunciou o reino de Deus com sinais e maravilhas, foi crucificado; porém ressurgiu da morte para a vida. Quando Jesus ressuscitou, permaneceu com seus discípulos durante quarenta dias, instruindo-os, animando-os e nascia ali a igreja cristã.

Era uma pequena comunidade de 120 pessoas simples e comuns, de perfis diversos e que a partir do conselho e obediência a Jesus, – “recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1.8) – tornaram-se conhecidos em todo o mundo antigo.

Os leitores da Bíblia conhecem a narrativa de como aquela comunidade constituída de homens e mulheres comuns foram espalhados pelo mundo, anunciando o reino de Deus. Personagens como Filipe que evangelizou o eunuco etíope; Lídia, a comerciante de púrpura da cidade de Tiatira que plantou uma igreja em sua casa, e tantos outros conhecidos e anônimos que, no primeiro século, dedicaram a fazer o nome do Senhor conhecido.

E ao longo dos séculos, a pequena semente plantada germinou uma acanhada plantinha e esta foi se desenvolvendo, crescendo… Da região do Oriente Próximo se expandiu por todo o império romano e alcançou porções da Ásia, da África, da Europa; depois chegou às Américas, à Oceania. Nessas terras, a semente lançada encontrou vários tipos de solo (Mt 13.1-9) e ainda há bastante área de cultivo para semear, por isso o trabalho persiste.

Nenhum trabalho missionário nasce robusto. Ele tem um humilde começo! Seja em uma grande cidade, em um pequeno povoado, na zona rural, na área remota, em um local hostil, nenhum está isento de desafios. Não raro, o missionário enfrenta desconfianças, oposições; precisa aprender os aspectos culturais (e linguísticos) para se comunicar e interagir com os locais; não possui garantia de sucesso.

E considerável tempo, às vezes mais do que gostaria, o missionário dispensa se contextualizando com a comunidade para então atuar como planejado. Isso requer paciência, estratégia e, fundamentalmente, a graça e direção do Senhor Jesus. Nas páginas do Novo Testamento, notamos que à medida que cristãos chegavam à determinada localidade, observavam sua dinâmica e passavam a anunciar o Evangelho, como Paulo em Atenas (At 17.15-31)

A dinâmica do trabalho missionário é semelhante ao processo do semeador. Lança a semente e não sabe se terá boas condições (climáticas, atmosféricas, de solo) que garantirão um cultivo adequado e uma boa colheita. É necessário paciência, disposição, perseverança, consagração e fé de o Senhor da seara é fiel. A garantia da colheita advém de Deus.

Assim como a sequoia que foi uma minúscula semente e se tornou uma árvore gigante, o reino de Deus é portentoso, extraordinário composto por “uma multidão, a qual ninguém pode contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas” (Ap 7.9). Por isso, não desprezemos os humildes começos (Zc 4.10) e perseveremos em semear em todos os campos possíveis.

Colunista: Sandra Mara Dantas

Receba novidades por e-mail!

Receba novidades por e-mail!

Seja o primeiro a saber das novidades de nosso site. Basta informar nome e email na caixa abaixo, clicar em OK e pronto!

Parabéns! A partir de agora você vai receber notícias do Radar Missionário no seu e-mail.

Share This