Quando ouvimos falar em Missões ou Evangelismo a mente de muitas pessoas é remetida aos países estrangeiros, porém uma forma de evangelismo que cada vez mais expande são as chamadas Missões Urbanas. Realizado por grupos com distintos públicos alvos, mas que têm uma característica incomum: levar o evangelho. As comunidades carentes, os prostíbulos, os moradores de rua, as universidades são públicos que carecem de forma especifica de se falar do amor de Cristo.

O Evangelismo Universitário, por exemplo, tem um importante papel, pois foca nos jovens que estão nas universidades sendo bombardeados por diferentes informações, inclusive formas diferenciadas da crença da teoria da criação. Muitos filhos de evangélicos, nascidos em berço cristão acabam se desviando durante o período universitário. E é por este e outros motivos que esse tipo de evangelismo tem crescido consideravelmente, por meio de atividades evangelísticas dentro das universidades que serve para levar a Palavra do Senhor de diversas formas, entre elas, a distribuição de folhetos, eventos específicos, círculos de orações etc.

No Brasil esse movimento já se espalhou e podemos citar como exemplo a Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB), Movimento Estudantil Alfa e Ômega, Agência Pés Formosos (APF), entre outros.

Nossa equipe de reportagem conseguiu entrar em contato com um membro do Movimento Estudantil Alfa e Ômega do Rio de Janeiro. Wesley Cunha, formado em engenharia há 20 anos pela UFF, concedeu uma entrevista exclusiva para o Radar Missionário.

Radar Missionário: Como surgiu o Movimento Estudantil Alfa e Ômega?

Wesley: Em 1951, na Califórnia. Um homem chamado Bill Bright decidiu entregar sua vida inteiramente para o cumprimento da grande missão. Logo após essa decisão, recebeu uma direção clara de Deus para começar através da universidade. Então ele começou um movimento na UCLA que se espalhou pelo mundo. Esse movimento hoje é chamado de Campus Crusade for Christ (no Brasil, Cruzada Estudantil) e não é apenas um movimento universitário, mas abrange diversos setores da sociedade e está presente em 190 países. É na verdade uma agência missionária, com cerca de 25 mil missionários de tempo integral. Mas, a ênfase em alcançar o universitário continua sendo uma marca registrada do movimento. No Brasil, o ‘braço’ universitário chama-se Alfa e Ômega. A Cruzada Estudantil começou aqui em 1970, contudo o Alfa e Ômega começou pra valer em 1987, em São Paulo.

Radar Missionário: Como surgiu a ideia de evangelizar em um ambiente tão complicado como a universidade?

Wesley: A ideia surgiu naturalmente, quando eu era estudante e queria falar de Jesus para meus amigos. Eu testemunhava do meu jeito, mas sentia que precisava de ajuda. Orei por esta causa e encontrei o movimento Alfa e Ômega na minha universidade. O ambiente não é tão hostil assim como a gente pensa. O bloqueio está mais na gente do que nas pessoas.

Radar Missionário: Foi fácil no início?

Wesley: No início, quando eu tentava evangelizar sozinho, eu sentia muita dificuldade. Na verdade eu não evangelizava sempre, só quando percebia que surgia o assunto na roda de conversa e eu falava da minha fé, de um modo geral. Porém, me sentia frustrado muitas vezes, depois de debater sobre vários assuntos – de Gênesis a Apocalipse – e sentir como se o principal não tivesse sido bem compartilhado. Por isso eu queria ajuda. Com a orientação certa e dependência do Espírito Santo, não só é possível como pode ser uma experiência muito legal. Até hoje eu não esqueço a primeira vez que alguém recebeu a Cristo comigo, na rua. Foi uma experiência marcante!

Radar Missionário: E qual é a técnica usada por vocês para evangelizar?

Wesley: As quatro Leis. Essas Leis foram desenvolvidas pela Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo, que é a organização por trás do Alfa e Ômega. Basicamente as quatro Leis falam do amor de Deus, o pecado do homem (que o separa de Deus), a solução, que é Cristo e a necessidade de uma decisão pessoal por Cristo.

Radar Missionário: E na abordagem, vocês fazem algo diferente?

Wesley: Sim. Temos uma ferramenta que utiliza apenas fotos e perguntas, como meio de levantar uma conversa espiritual. Existem ferramentas de abordagem, como pesquisas, por exemplo. Às vezes criamos eventos, como recepção de calouros, stands etc.

Radar Missionário: Vocês enfrentam muita resistência por parte da diretoria das faculdades?

Wesley: Isso depende muito, mas de um modo geral sinto que a resistência tem aumentado sim. É uma resistência “passiva”, no sentido por exemplo, de não permitir uso de salas de aula em alguns lugares, para alguma reunião ou evento etc.

Radar Missionário: Você postou um vídeo no Facebook (clique aqui e assista) onde dizia que acreditava que o evangelismo universitário é uma das chaves para mudar o mundo. Por quê?

Wesley: Porque ali estão as futuras pessoas que liderarão, decidirão e formarão opinião. Este é um momento de tomada de decisões da vida dos jovens. Eles estão abertos a novas experiências e ideias. Queremos apresentar Cristo a eles agora, para que tenham a chance de viverem o resto de suas vidas para Ele.

Radar Missionário: Conte-nos uma experiência que te marcou neste período.

Wesley: Um rapaz que abordamos e, depois de receber a Cristo, ele disse que duas coisas o marcaram. A primeira é que eu e meus outros dois amigos, que o abordamos, éramos de denominações diferentes. Ele sempre achou que os evangélicos não se davam entre si, mas quando viu a gente falando a mesma língua, aquilo o impressionou. A segunda foi que, antes de o abordarmos, ele orou: Deus, se você existe, fala comigo. Então aparecemos.

 

 

 

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