Pastor Anísio do Nascimento é secretário-executivo da Secretaria Nacional de Missões (Senami), pastor na Assembleia de Deus, Ministério de Cordovil, no Rio de Janeiro (RJ), e diretor da Missão Evangélica Global. E ele envolveu-se de forma mais profunda com missões desde seu ingresso, na década de 80, no Instituto Bíblico Pentecostal, que funcionava no Rio de Janeiro e tinha então como diretor o missionário Lawrence Olson. No curso de bacharelado em Teologia que fez ali, pastor Anísio foi inspirado a trabalhar com Missões, assunto que é o seu dia-a-dia já há alguns anos. nesta entrevista, o líder da Senami fala sobre as quatro décadas de existência da Senami, o investimento na área de comunicação por parte da entidade, a implementação de programas missionários, bem como das parcerias com secretarias de missões de todo país, e avalia o atual cenário de missões no Brasil e no mundo.

A Senami completou 40 anos em 2015. Como o senhor avalia o trabalho da Snami nessas quatro décadas e qual a importância dela para a igreja no Brasil?

Ao longo desses anos, Deus usou diversos pastores na direção da Senami. Eles se esforçaram e com denodo deram o máximo de si em prol da obra missionária brasileira. Enfrentaram enormes dificuldades, quase intransponíveis, mas fizeram o que lhes era permitido e com os parcos recursos que dispunham. A falta de estrutura e de investimento financeiro fizeram com que a Senami ficasse aquém das expectativas que as igrejas e missionários esperavam da sua Secretaria Nacional de Missões. Algumas igrejas recorreram a outras organizações para envio de seus missionários. É desejo da Senami ser instrumento do Espírito Santo para exercer em sua plenitude o papel relevante de uma Secretaria de Missões que apoia e acolhe o missionário.

Nos últimos anos, foram implementadas algumas novidades na Senami na área de comunicação e na criação de programas missionários. Gostaríamos que o senhor falasse um pouco sobre essas novidades.

Há aproximadamente quatro anos, a Senami entendeu que precisava tornar seus trabalhos mais conhecidos dos líderes das igrejas, visto que o Brasil tem dimensões continentais, conta com mais de 100 mil igrejas e tem mais de 50 mil ministros do Evangelho, o que torna impraticável a divulgação de suas atividades a partir da sua sede no Rio de Janeiro. Foi então que a equipe da Senami criou a Rádio Senami via web (radiosenami.com), cujo objetivo é divulgar nossas atividades através da rede mundial de computadores, a internet, estando no ar 24 horas por dia ininterruptamente, falando a mais de 5.500 internautas de diversos países da África, Europa e Américas, que interagem conosco. Também modernizamos e reestruturamos a revista Seara em Foco, a revista missionária das Assembleia de Deus. Demos um novo visual ao site da Senami e implantamos o Sistema de Gerenciamento Missionário, onde as secretarias de missões cadastradas têm acesso às informações de seus missionários. E ainda vem por aí
a TV Web da Senami!

Qual a sua avaliação sobre o atual cenário de missões no Brasil e no mundo?

O Brasil ocupa lugar de destaque no cenário mundial na área econômico-financeira e diplomática. Paralelamente, o Senhor tem dado crescimento exuberante à igreja, tanto que o IBGE no último censo destaca-a como a maior denominação evangélica do Brasil. Por conseguinte, esse fato coloca uma enorme responsabilidade espiritual sobre a igreja, que é assumir o papel da liderança no envio de missionários aos “campos brancos”. Os problemas diplomáticos, o fanatismo religioso e o sentimento de nacionalismo exacerbado nos países do Norte da África, Ásia Central e Oriente Médio têm sido um entrave no envio de missionários pelos países do norte, sobretudo Estados Unidos. Eles investiram em vidas humanas e recursos financeiros nesses países, mas hoje a situação geopolítica mundial lhe impõe severas restrições. Líderes mundiais de missões entendem que, diante desse cenário, o Brasil não tem como se eximir de sua incumbência. O Brasil ainda goza da simpatia dessas nações fechadas e conta com simpatia diplomática. Além disso, é uma igreja pujante e avivada. A Fraternidade Mundial das Assembleias de Deus, da qual o Brasil faz parte, conta com 11.759 missionários, incluindo os domésticos. A população mundial ultrapassou 7 bilhões de seres humanos.Há 2.134 grupos étnicos no mundo, e são 2.252 os grupos de línguas sem um versículo bíblico. Existem 150 grupos nômades, Há 6.909 línguas vivas no mundo. Há muito a fazer.

Como uma pessoa que respira missões e está sempre em contato com os missionários da AD espalhados pelo mundo, que experiências marcantes o senhor pode compartilhar com os leitores?

Em minhas viagens ao Brasil e ao exterior, pude sentir o forte desejo que essas pessoas têm em receber a mensagem do evangelho por missionários brasileiros, não só pela maneira comunicativa e multiplicidade étnica e cultural, mas pelo modo como são acolhidos em nosso território como imigrantes. As grandes colônias estrangeiras aqui provam este fato. Pude constatar que missionários que atuam no exterior em países restritos ao Evangelho têm a audácia de enfrentar o perigo expondo suas vidas na pregação das Boas Novas, mesmo son a apreensão de serem deportados a qualquer momento, o que nos faz lembrar os pioneiros. Esses fatos ocorrem principalmente nos países fechados ao Evangelho. Enquanto isso, missionários que atuam no agreste nordestino, nos povoados e vilas onde Cristo ainda não foi anunciado, são submetidos a extenuante caminhada para levar as Boas Novas. Missionários entre as etnias indígenas e ribeirinhos da Amazônia Legal, por força do ministério que exercem, levam mais de cinco dias navegando em igarapés numa frágil embarcação de madeira ou alumínio e nem sempre podem contar com um motor de popa. Mãos calejadas pelos remos enfrentam os perigos dos rios, mas trazem um sorriso de gozo por estar fazendo a obra do Mestre. Tenho conversado com eles e a satisfação de suas almas é emocionante e contagiante, pois fazem tudo isso por amor a Cristo. É simplesmente maravilhoso!

Que palavra o senhor deixa àquele irmão ou àquela irmã que se sente vocacionado para missões, mas não sabe ainda que passos tomar até a concretização do envio?

O grande presente que o servo de Deus recebe é a vocação para alcançar os “campos brancos”. Essa chamada não pode e nem deve desaparecer, uma vez que ela é implantada em nosso coração através do Espírito Santo em forma de misericórdia e compaixão pelos que nunca ouviram de Cristo. Esse sentimento vai além do entendimento humano, é indescritível, irresistível, é singular! Não importa o quanto demore, nem sua condição social, se mora numa mega cidade ou num vilarejo distante e esquecido de todos; lembre-se que os olhos do Senhor estão sobre você. O cuidado do Eterno Deus lhe acompanhará e guardará por meio do Consolador amado. Lembre-se que você faz parte do exército de reserva que o Senhor lançará mão não muito depois destes dias; eles entrarão na Europa, Ásia, África, Américas e Oceania. O zelo do Senhor fará isto!

Entrevista consedida ao portal CPAD News

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