Certo dia, Noriko disse-me, após o culto, um tanto acanhada: “Ehud, preciso falar com você”. Sentamo-nos ao redor de uma mesa, tomando um café, e respondi: “Pois não, Noriko, em que posso servi-la?”.

Noriko: “Não posso ser cristã! Se o fizer, desobedecerei meus pais, desonrando-os como filha. Eles são xintoístas e nossa família tem essa tradição por muitas gerações. Estou dizendo-lhe isso porque vocês têm sido bons para mim. Toda vez que vou ao nosso encontro em sua casa, fico pesarosa porque não posso retribuir sua bondade tornando-me cristã”.

Respondi: “Noriko, não quero que você seja uma cristã. Quero que você seja nossa amiga. A Neiva e eu a amamos e queremos muito que você continue a vir à nossa casa, a participar das nossas refeições e, caso você queira, a frequentar nossos estudos bíblicos”.

Três anos e meio depois:

— Ehud, preciso falar com você.

— O que está acontecendo, Noriko? Está tudo bem?

— Sim, está tudo bem. Gostaria de contar-lhe que eu quero receber Jesus em meu coração!

Foi um momento especial para mim. Um mês depois, tive a alegria de batizá-la. Depois de formar-se em economia, Noriko retornou ao Japão. Ela tem compartilhado aos poucos o evangelho com os pais e está muito feliz por ter encontrado uma igreja acolhedora em Tóquio.

O formato da missão mudou muito. Hoje, não podemos mais reduzir missões às tradicionais viagens a lugares remotos e inacessíveis. O mundo está ao nosso redor, incluindo aqui no Brasil. Por vários anos, minha esposa e eu temos tido o prazer de acolher estudantes internacionais e compartilhar o evangelho do reino com eles. Temos muitos filhos e filhas espirituais que, depois de terminar os estudos, retornaram aos seus países de origem: Japão, China, Taiwan, Colômbia, México, Alemanha, entre outros.

O mundo está às nossas portas. As universidades brasileiras recebem diversos estudantes internacionais. Temos um campo missionário totalmente aberto em nosso meio. Jovens de vários países estão encontrando no Brasil uma grande oportunidade para aprender. Ao mesmo tempo, vejo isso como uma excelente oportunidade para que eles tenham um encontro pessoal com Jesus Cristo.

Esses estudantes muitas vezes estão deslocados, sentindo saudade de casa, da família e dos amigos que deixaram para trás. A amizade certamente abrirá caminhos para que possam aceitar as boas novas de salvação em Cristo. Esse é um campo missionário frutífero, com imensas alegrias. Miyumi, outra de nossas filhas espirituais, está hoje terminando um mestrado em missões. Hirochi, outro filho espiritual, abandonou suas ambições profissionais com o objetivo de se preparar para ser missionário e evangelista entre seu povo.
Há diante de nós uma porta aberta para ministrar entre os estudantes internacionais no Brasil. Vamos entrar por ela!

• Ehud Garcia, casado com Neiva, foi missionário na América do Norte por três décadas. É professor e coordenador acadêmico do Centro Evangélico de Missões, em Viçosa, MG.

 

Fonte: Ultimatoonline

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